Descrição
Falando de forma bem direta, objetiva e – digamos, até áspera e simplista demais – o Autismo pode ser explicado como um distúrbio neurológico representado pelo comprometimento das interações sociais como um todo, abarcando as comunicações verbal e não-verbal e revelando comportamento restrito e repetitivo.
Em geral, tal restrição no desenvolvimento pode ser detectada nos primeiros três anos de vida da criança. Os pais e pessoas que vivem no entorno de um(a) autista logo detectam a dificuldade que ele(a) tem para comunicar-se, bem como sua reserva no que tange a qualquer tipo de interação social.
Os motivos que levam uma criança a nascer portadora de Autismo são inúmeros (melhor explicando, a síndrome é resultado de uma conjunção de fatores que vão desde genética pura e simples até questões surgidas ao longo da gravidez) e a Ciência ainda não conseguiu isolar fatores “a” ou “b” como sendo determinantes para que uma criança venha ao mundo com o referido atraso neurológico.
Então esta criança já nasce condenada a “não pertencer ao mundo”? Embora por muito tempo, na história da Humanidade, infelizmente, tenha sido exatamente assim, hoje já é sabido que, assim como qualquer pessoa – respeitado seu tempo individual e recebendo os estímulos adequados – toda criança autista pode se desenvolver e levar uma vida normal, ou muito próxima do que consideramos como sendo normal.
Se no começo desse texto abordamos a forma direta e seca pela qual o autismo pode ser caracterizado é hora de falarmos sobre a questão de forma mais humana. Não podemos esquecer que a cada criança totalmente saudável que nasce, vêm ao mundo também – no mesmo momento – um pai, uma mãe, uma família, amigos, coleguinhas da escola. Junto com cada bebê nasce um mundo particular do qual ele irá participar. Com crianças autistas não é diferente. Elas precisam participar. Só não conseguem fazer isso sozinhas.
Daí a importância da inclusão social, do olhar atento desde cedo, do estímulo incansável que possibilite à criança autista crescer em condições agradáveis para que se torne um adulto – dentro de cada capacidade – ativo e feliz.
Cientes da importância de repensar e refletir sobre conceitos disseminados a respeito do Autismo, profissionais gabaritados das áreas de Comunicação, Psicologia, Fonoaudiologia, Odontologia Medicina, Fisioterapia e Educação reuniram-se no CONPSAU (Circuito Online de Palestras sobre o Autismo). Completam o time pais de crianças autistas que trazem para os debates a importante contribuição de suas experiências pessoais.
Dentre os participantes, destaca-se a fisioterapeuta Cláudia Regina Boechat Silva, mãe dos gêmeos Daniel e Paulo. Diretora mantenedora do Colégio e da Faculdade Redentor, ela sabe como ninguém a suma importância que tem a inclusão – desde cedo – a fim de que o indivíduo (autista ou não) seja visto e consiga enxergar-se como um ser social.
Só dessa forma, sentindo-se parte, é que ele pode se desenvolver em toda a sua capacidade.
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